As aplicações móveis proporcionam uma série de oportunidades para os varejistas estreitarem o relacionamento com o consumidor e trazem enormes desafios para quem está atrás do balcão.
A Mobilidade impacta fortemente as mudanças no perfil do consumidor e a evolução dos canais de venda, trazendo um cenário bastante desafiador, tanto em termos de processos quanto em tecnologia. Isto acontece fortemente na convergência da loja física e online, espaços que nasceram separados e hoje estão em ritmo de integração.
E a mobilidade não é mais uma novidade, ela já está inserida no cotidiano das pessoas. Junto com recursos digitais, as aplicações móveis têm o poder de transformar o hábito de compra e proporcionam uma série de oportunidades para os varejistas estreitarem o relacionamento com o consumidor. Por outro lado, trazem enormes desafios e uma curva de aprendizado para quem está atrás do balcão.
Antes de oferecer qualquer serviço móvel na ponta, os varejistas precisam avaliar se possuem capacidade operacional e logística para executar essa ação. Aqui mora o principal desafio do Varejo quando falamos em recursos móveis inseridos no contexto dos negócios.
Em termos de mobilidade no Varejo, podemos olhar essa inovação por meio de duas perspectivas: do varejista, que tem processos, logística e operação da loja crescendo num ritmo escalonado. E do lado do consumidor, onde podemos presenciar uma ruptura muito significativa com a presença dos smartphones nas mãos do consumidor, que, muitas vezes, usam os dispositivos dentro das lojas para consultar produtos e preços.
Isso gera um impacto enorme para as lojas, pois esse hábito de consumo dá novas ferramentas ao cliente que muitas vezes confia mais na sua pesquisa junto aos amigos nas redes sociais do que nas informações transmitidas pelos vendedores das lojas. Esses profissionais dificilmente têm o mesmo conhecimento e aparato tecnológico, o que desafia o Varejo não só a se adequar ao cenário virtual, mas investir em soluções e treinamentos dos colaboradores.
Se o Varejo encarar a sofisticação no atendimento, terá que arcar com as mudanças no perfil dos vendedores, pois eles precisam contar com equipamentos móveis, além de saber lidar com as informações ao mesmo tempo em que interagem com o consumidor. De fato, não será uma tarefa fácil, mas essa dinâmica é imprescindível para proporcionar emoção, experiência de marca, entretenimento e fidelização do cliente.
Esse consumidor showroomer, aquele que vai à loja apenas para olhar o produto, compra por meio do celular. Se questionarmos se o Varejo está acompanhando essa tendência, podemos perceber que as grandes redes estão mais preparadas, até porque elas têm maior poder de investimento. No caso dos médios e pequenos varejistas, o desafio de acompanhar o ritmo de inovação no setor é maior, o ponto mais complexo é mensurar o valor dos investimentos em determinadas soluções e tentativas de aproximação do consumidor.
Dia após dia o Varejo pode estreitar a lacuna entre o mundo físico e digital. O desafio é igualar a experiência de compra nos dois mundos. A mobilidade é o melhor caminho para essa experiência. No Brasil, o índice de adoção de dispositivos móveis é assustador e logo todas as empresas varejistas terão de suportar o uso da mobilidade dentro das lojas. “Quem não se adaptar ficará para trás”, alertam os especialistas do setor.
Durante a NRF, os especialistas listaram alguns pontos importantes para os varejistas usarem a mobilidade no negócio. Para esse start, os comerciantes precisam dar um passo de cada vez de forma inteligente, entendendo a dinâmica do mercado e suas opções. Um simples aplicativo de localização no site da loja pode ser um ótimo começo.
A multicanalidade também se insere nesse contexto, principalmente se o varejista priorizar as plataformas que darão mais retorno ao investimento. A partir do momento em que a loja esteja num bom ritmo de integração móvel, o varejista pode desenhar uma estratégia centrada no consumidor com aplicativos eficazes para as demandas do cliente.
Além disso, inovação precisa estar no DNA do Varejo. Assim como Aristide Boucicaut arriscou e desenvolveu várias técnicas para manter a Le Bon Marchè no topo das maiores marcas varejistas, o comerciante dos tempos atuais deve ser sempre inovador e inspirador para o cliente. Não importa onde o consumidor esteja, o Varejo precisa estar lá para atendê-lo da forma como ele gostaria. Não há melhor hora de se começar uma estratégia mobile do que agora.
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